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Descrição paleográfica do caderno Farmácia São José

O caderno Farmácia São José é um dos 15 cadernos manuscritos deixados por Eulálio Motta em sua organização do acervo. Lhe foi atribuído esse nome graças à uma colagem, no centro de sua capa frontal (cf. figura ao lado), de uma etiqueta retangular de identificação em que consta o nome da farmácia onde trabalhou, ‘Farmacia São José’. Como foi discutido na seção anterior, não se sabe ao certo se Eulálio Motta foi apenas funcionário ou sócio da farmácia, mas ela pertencia à família Motta. É possível que este caderno tenha sido adquirido para utilizá-lo em trabalhos/anotações referentes à farmácia, contudo, lhe fora atribuída uma nova finalidade pelo escritor. A etiqueta de identificação apresenta medidas de 82mm, na região superior e inferior; 60mm na região lateral esquerda e direita; informações impressas, todas em tinta azul marinho e tem uma borda decorada, feita com tipos, de duas linhas onduladas justapostas em cada lateral, formando um retângulo.
Dentro do retângulo formado pelas bordas decoradas, há escritos impressos em tinta azul com fontes diversas, em que constam as seguintes informações, respectivamente: FARMACIA SÃO JOSÉ | Do Farmaceutico | EULALIO DE MIRANDA MOTA | MUNDO NOVO – BAHIA | Nº., seguido de uma linha pontilhada – 21 pontos – de espaço de preenchimento; USO INTERNO, seguido por sete linhas pontilhadas como espaço de preenchimento, onde Motta escreveu “1º de Outubro de 1940”, utilizando pena e tinta preto-acastanhada. É importante lembrar que essa data é a mesma da conversão de Eulálio Motta ao catolicismo, o que atribui um caráter emblemático ao caderno, que possui como principal temática a religião. Nas laterais, ainda no espaço interior das bordas decoradas, há dois indicativos de identidade, um de cada lado, na vertical. No ângulo inferior esquerdo, na direção baixo-cima, consta: ‘Dr.’, seguido de uma linha pontilhada de espaço para preenchimento; no ângulo superior direito, na direção cima-baixo, consta: ‘Nome’, seguido de uma linha pontilhada de espaço para preenchimento. A colagem apresenta mancha de umidade na parte superior e um pequeno rasgo na ponta do ângulo inferior esquerdo.

Referente a sua encadernação, utilizando a terminologia de Paglione (2017) e Milevski (2001), pode-se dizer que o caderno possui encadernação tradicional, com quatro pontos de costura visíveis no miolo (Parte interna do livro composta por cadernos unidos). Apresenta capa dura de papelão (frontal e de fechamento), revestida com papel que imita couro com textura de crocodilo, na variação de cores azuis PANTONE 2767 C e PANTONE 2757 C.

A canaleta externa sofreu abrasão revelando as linhas do tecido que compõem o material sintético.
Canaleta externa é o canal flexível do material de cobertura – papel, couro, tecido etc.-, do lado externo de um livro, sobre a qual a capa abre; espaço entre os papelões da capa e o encaixe da lombada do corpo do livro, no qual o material de cobertura da capa sofre pressão. Também chamado junta francesa ou encaixe francês, canaleta, encaixe, canal ou charneira (Milevski, 2001, p. 42).
A abrasão é o desgaste de superfície decorrente de ação mecânica causadora de atrito, fragiliza o material, ajudando os processos de rasgos e perdas. (Paglione, 2017, p. 26).

O caderno possui meia lombada, feita com material sintético grosso similar à lona, na cor azul PANTONE 303 C.

Meia Lombada é o tipo de encadernação em que a lombada é colada ocupando parte da capa.

As extremidades laterais do caderno, assim como as ponteiras, que são arredondadas, apresentam desgaste expondo o papelão das capas, revelando uma delaminação.

A Delaminação é a “[s]eparação em camadas (lâminas) do cartão das capas (pastas) ou de papéis compostos. A delaminação é um dano físico causado por manuseio, guarda inadequada e contato com água” (Paglione, 2017, p. 40). 

A lombada é quadrada e lisa, sem nervuras ou serigrafia, e se encontra um pouco desgastada e com um furo no centro.

Não possui cabeceado (parte de tecido que pode ser costurado ou colado no miolo, nas extremidades, servindo para estabilizá-lo. Geralmente, são apresentadas com tecitura em quadriculação ou espiral, em diversas cores), seus cortes anterior, superior e inferior não possuem decoração/ilustração e não apresentam bordas quebradiças (fragilidade nas regiões dos cortes do papel, geralmente acompanhada de rasgos e perdas. Dano físico causado geralmente por quebra das cadeias de celulose do papel e/ou por guarda inadequada (Paglione, 2017, p. 32)) nas folhas. As medidas externas do caderno, considerando a encadernação, são de 167mm de largura; 238mm de comprimento; 25mm de espessura, na parte da lombada; 20mm de espessura, na parte lateral direita; pesando um total de 656 gramas. As medidas do miolo do caderno são de 160mm de largura, 229mm de comprimento e 19mm de espessura. Seguem as imagens da capa frontal, de fechamento e da etiqueta do caderno Farmácia São José.

As seixas apresentam desgaste por conta da delaminação nas bordas da capa. A delaminação causou rasgos em alguns pontos das seixas, tanto na parte da capa frontal quanto na de fechamento

A contraguarda inferior apresenta mancha de umidade na região da canaleta interna, fazendo fronteira com a guarda-volante.

A Contraguarda é “[a]quela metade da guarda que é colada na parte interna do papelão da capa. Também chamada de espelho da guarda ou guarda presa” (Milevski, 2001, p. 42))

Canaleta Interna é a “[d]obra do canal entre as duas metades da guarda, onde o corpo do livro se une à sua respectiva capa (pasta). Também chamada de canaleta da frente e de encaixe interno” (Milevski, 2001, p. 42 -; também chamada de festo por Paglione (2017, p. 20).

A guarda-volante apresenta uma mancha de umidade na parte do corte superior e na canaleta. a guarda-volante superior (na parte frontal do caderno) apresenta uma mancha de umidade na parte do corte superior e na canaleta interna que faz fronteira com a contraguarda. É possível notar pequenas e poucas marcas de foxing nas folhas de guarda.

A Guarda volante é a folha (ou folhas) que forma esta parte dobrada da guarda, que não está colada ao interior da capa de papelão. Sua função é proteger a primeira e a última página do texto (Milevski, 2001, p. 44);

Foxing se refere às “[m]anchas arredondadas causadas no papel pela presença de pequenos depósitos metálicos, geralmente na fase de produção do papel. Podem estar em associação com fungos” (Paglione, 2017, p. 54).

As medidas do miolo do caderno são de 160mm de largura, 229mm de comprimento e 19mm de espessura. É composto por nove cadernos.

As coifas apresentam sinais de abrasão que seguem em direção à canaleta externa.

Coifas são os materiais de revestimento que foram moldados sobre os cabeceados, na cabeça e no pé da lombada da capa (Milevski, 2001, p. 42)

Abrasão é o desgaste de superfície decorrente de ação mecânica causadora de atrito. A abrasão fragiliza o material, ajudando os processos de rasgos e perdas (Paglione, 2017, p. 26).

Contém nove cadernos que juntos, costurados, compõem o miolo.

Exemplos de abrasão no caderno Farmácia São José.

Exemplos de delaminação no caderno Farmácia São José.

Na guarda-volante superior (reto) encontra-se um índice, escrito a lápis, de cinco textos, dos quais quatro se encontram no caderno FSJ e apenas um se encontra no “Livro Vermêlho”, como indicado pelo escritor. Os quatro textos que se encontram no caderno FSJ são três poemas e uma crônica e o índice não apresenta os textos na ordem crescente das páginas, como habitual em índices. São apresentados na seguinte ordem: o poema , renomeado por Renuncia no interior do caderno, localizado nas páginas 87 e 89, de temática amorosa e escrito em 1942; a crônica Natal, localizada nas páginas 148 e 149, de temática religiosa e escrita em 1942; o poema Sombras, localizado nas páginas 100, 141, 269 e 178, de temática não identificada e sem datação feita pelo autor, sendo atribuída a data [194-]; o poema Suplica, localizado na página 11, de temática religiosa e escrito em 1941. O texto Desencanto, localizado, segundo o autor, no Livro Vêrmelho, na página 20, não foi localizado no acervo até o momento. Por fim, há o número 162 impresso no centro da guarda-volante, abaixo de onde o índice fora escrito, tratando-se, possivelmente, de uma numeração de tiragem ou uma catalogação do caderno.

Há rupturas (rasgos) na região da dobra do miolo nas páginas: 118-156 – parte superior da dobra do miolo; 157-158 – parte inferior da dobra do miolo; 177-178 – da parte superior até a inferior da dobra do miolo, quase comprometendo a encadernação nesta região. No geral, o caderno está em bom estado de preservação, no entanto, todas as folhas apresentam foxing.

As folhas do miolo do caderno medem 160mm de largura e 229mm de comprimento, apresentando 23 pautas cada, com espaço de 8mm entre pautas. Cada folha possui margem superior medindo 29mm e margem inferior medindo 15mm. Não foi possível precisar a gramatura das folhas, mas acredita-se que seja média, o que confere certa firmeza à folha. Sobre o acabamento do papel, é possível dizer que ele apresenta uma textura com baixa aspereza, baixo brilho (capacidade da superfície do papel de refletir a luz de forma concentrada, ao invés de difundi-la em todas as direções. O brilho é uma propriedade que valoriza as imagens, mas pode dificultar a leitura de textos), opacidade (referente a capacidade do papel de barrar a passagem da luz) média e uma capacidade alta de absorção de tinta, pois, considerando que boa parte do texto foi escrito com tinta líquida, raras são as vezes em que se pôde visualizá-lo do outro lado da folha, geralmente em contexto de borrão, isso também devido a gramatura média da folha. As folhas apresentam coloração areia PANTONE 467 C e as pautas grafite PANTONE Cool Gray 10 C. A folha de paginação 180 apresenta uma dobradura no ângulo inferior direito, não havendo sinais de fita adesiva em nenhuma parte do caderno, nem sinais de manchas de umidade e, tampouco sinais de ataques de insetos ou furos nas páginas. Contudo, foram encontradas traças conservadas no caderno, com suas localizações preservadas na digitalização das páginas 124, 125 e 126 – foram retiradas do caderno após a digitalização. Há um pequeno rasgo vertical na região do corte inferior das páginas 156-157 e há sinais de manchas pontuais em algumas páginas feitas por tinta preta, e.g.: 70, 78, 79. Foram encontradas sujidades (vestígios de farelo de borracha) (depósitos superficiais ou penetrantes de sujeiras (poeira, restos de comida, borracha, excrementos de insetos etc.). Sujidades atraem insetos, fungos e podem acidificar a região em que se depositam (Paglione, 2017, p. 78)), acumuladas principalmente na região de dobra (“Vinco feito ao longo do dorso dos cadernos, por onde eles são costurados, colados ou grampeados e pesos uns aos outros” (Milevski, 2001, p. 42)) do miolo, em diversas páginas: 8, 9, 10, 11, 22, 23, 122, 123, 127, 128, 129, 130, 131, 132, 133, 135, 138, 145, 147, 149, 151, 152, 179, 201, 240, 241, 244 e 245. A costura foi feita com um cordão encerado de cor areia PANTONE 467 C, a mesma coloração das folhas, ficando exposto entre algumas páginas do caderno: 16-17, 56-57, 96-97, 136-137, 167-168, 197-198, 238-239, 278-279.
Trata-se de um caderno manuscrito, com exceção de uma colagem na página 3, onde consta um impresso, possivelmente retirado de um periódico. É composto por 296 páginas pautadas, porém a mancha escrita ocupa apenas 289 páginas, estando as páginas 250, 255, 256, 297 e 298 em branco. As páginas 157 e 158 foram escritas a lápis, no entanto, foram inteiramente apagadas com borracha, não possibilitando sua leitura e, consequentemente, sua transcrição. As páginas do caderno foram enumeradas a lápis e, antes da enumeração, as duas primeiras folhas foram arrancadas, deixando vestígios de sua existência mediante pedaços que ficaram na margem próxima à costura e também não há vestígios de estiletamento no caderno. Enquanto enumerava, Motta pulou números em duas páginas: da enumeração da página 149 pulou para 151; da enumeração da página 231 pulou para 233, por isso, apesar da enumeração ir até 298, há apenas 296 páginas no caderno.

Exemplos de estiletamento no caderno Farmácia São José.

Foi escrito, em sua maioria, com tinta preta líquida e lápis grafite, porém há algumas partes de textos, acréscimos em revisões e um endereço, na página 2, escritas com tinta líquida azul e vermelha. Além disso, há passagens, geralmente correções, marcações e acréscimos de palavras que foram feitas com lápis de cor azul ou vermelho. A maior parcela da mancha escrita do caderno FSJ foi escrito com a grafia de Eulálio Motta, exceto pelo endereço da página 2, que apresenta um padrão gráfico diferente do de Motta, todavia, não há informações sobre o escrevente desta anotação. Sobre os instrumentos de escrita utilizados no caderno, devido a datação dos textos (primeira metade da década de 40), presume-se que os escritos foram feitos com pena e tinta líquida, contudo, não foi possível comprovar se foram feitos com pena de bico de metal ou natural e nem se a tinta utilizada era ou não metaloácida. Outros instrumentos de escrita utilizados foram lápis de cor nas cores azul e vermelha (ocasionalmente), além do lápis grafite que, por vezes, era de ponta dura, o que resultou em escritos de pigmentação mais clara, e outros de ponta macia, com pigmentação mais escura. Além disso, o escrevente também utilizou borracha e o uso pode ser percebido nas marcas deixadas em diversas passagens do caderno, além de ter restado vestígios de borracha depositados na região de dobra do miolo.

Levanta-se a hipótese de que tenha sido utilizada pelo escrevente uma pena de bico de metal, devido às condições financeiras do escritor e o fácil acesso à capital, para onde Motta viajava com frequência e visitava papelarias e tipografias. É possível identificar grossuras diferentes de traçados, alguns mais finos do que outros, o que poderia indicar penas com bicos diferentes ou pressões diferentes na pena no momento da escrita. Sobre a tinta, era de prática de escreventes que utilizavam tintas líquidas fabricarem a própria tinta utilizando materiais caseiros como água, vinagre, amido de milho, sulfato ferroso etc., e, devido a formação de Eulálio Motta como farmacêutico, pode-se questionar se essa seria uma de suas práticas, pois há, no caderno Bahia Humorística, uma receita com riqueza de detalhes para fabricar sabão, mostrando que ele recorria à fabricação caseira de materiais. Outro ponto interessante a se observar é a grafia do escritor que, em todo o caderno, assume um formato mais ‘despojado’, sem muita ponderação caligráfica e, na maioria dos textos, apresenta uma inclinação modular próxima a de 45º.

Motta fez a enumeração do caderno nas folhas com pauta, marcando-a na margem superior das folhas, no ângulo superior direito (reto) e no ângulo superior esquerdo (verso), a lápis. Ele dividiu o caderno em duas seções, separando-as com as páginas 255 e 256 em branco. A primeira seção (da página 1 a 254) contém escritos datados entre 1940 e 1945; a segunda seção (da página 257 a 296) contém escritos datados entre 1941 e 1943. Podemos concluir através destas informações que o autor escreveu em ambas as seções concomitantemente. Quanto à estruturação e a disposição da mancha escrita nas páginas, a segunda seção do caderno que foi dividida por Motta foi escrita de ‘cabeça para baixo’ em relação a estrutura convencional de escrita do caderno. Observa-se a distinção de posição dos textos das seções na imagem ao lado.
Os textos do caderno não seguem, precisamente, uma ordem cronológica. O primeiro texto, localizado na página 1, é um rascunho de carta direcionada a Agenor Brandão, datada de 5 de novembro de 1941; o segundo texto, localizado na página 2, é uma anotação de endereço, sem data, e um rascunho do poema Saudade… datado de setembro de 1944; o terceiro texto, localizado na página 3, é um rascunho de crônica datado de 5 de dezembro de 1940 e, a partir daí até a divisão da seção, começa a seguir uma ordem crescente na datação, com alguns textos destoando da linearidade cronológica.
Os textos do caderno Farmácia São José são manuscritos, exceto por uma colagem de um impresso na página 3, do poema autoral Prece…, que fez em comemoração ao seu primeiro aniversário após voltar para a doutrina católica, datado de 15 de abril de 1941, assinado em Mundo Novo. Ao analisar o layout do impresso, infere-se que havia sido publicado em algum periódico. A colagem foi feita por cima das nove primeiras linhas do rascunho da crônica católica Voltemos!, impossibilitando a leitura da sua parte inicial. O rascunho do poema Prece… se encontra na página 6, também datado de 15 de abril 1941. Verifica-se os testemunhos na imagem ao lado.

Apesar de considerá-lo um caderno de rascunhos, não é possível afirmar que o caderno é composto totalmente por rascunhos de textos, pois há diversas anotações cotidianas, financeiras e notas pessoais que, provavelmente, não foram feitas com a intenção de serem passadas a limpo. Contudo, a maior parte do caderno é composta por rascunhos de obras literárias e cartas, pessoais e abertas. Grande parte dos rascunhos encontrados no caderno apresentam rasuras, borrões, emendas, por vezes com letras miúdas, apêndices em outras páginas indicados por notas remissivas, apagamento por borracha, cancelamentos, divisões gráficas da página, entre outras “marcas físicas de manipulação” (Duarte, [1997-], verbete rascunho, p. 12) feitas pelo escrevente no processo de composição do texto. Todas essas marcas fazem parte da história do caderno, nos emitem um significado, como a forma de cancelar, os tipos de rasura, a forma de disposição do texto na página, a organização dos apêndices, transmitindo uma mensagem com possibilidades de interpretação. Por conta de algumas dessas marcas físicas de manipulação, como apagamento por borracha, segmentos substiruídos por sobreposição, acréscimos com letras miúdas, borrões, que não permitem que o segmento esteja legível, houve dificuldade, de certa forma, para realizar a leitura e transcrição dos documentos e, em alguns pontos, chegou a ser inviável.

Os gêneros textuais encontrados no caderno são diversos. Eulálio fez do caderno Farmácia São José um meio de se expressar acerca de vários temas, em forma de cartas, crônicas, anotações do cotidiano, poemas, notas. Há também anotações financeiras, uma peça autoral e um prefácio de livro que pretendia publicar. Foram encontrados 132 textos no caderno Farmácia São José, sendo 53 rascunhos de cartas, 21 rascunhos de crônicas, 21 rascunhos de poemas, 30 anotações, 1 rascunho de prefácio, 1 rascunho de peça, 1 rascunho de procuração, 1 rascunho de índice e 3 textos cujo o gênero não foi identificado (designado como outros). Os temas encontrados no caderno são variados, destacando-se as temáticas religiosa, política, literária, amorosa, cotidiana (como assuntos da fazenda, clima, finanças, administrativo e de cunho pessoal), além de saudosismo, casamento, memória, efemeridade do tempo.

No que concerne a textos de terceiros, há 3 rascunhos de cartas, 1 rascunho de procuração e 5 poemas que são assinados por outras pessoas, mas que se encontram escritos no caderno com a caligrafia de Eulálio Motta. Além desses, há 1 anotação de endereço, que é de autoria não identificada e não foi escrito com a caligrafia do autor.

REFERÊNCIAS

DUARTE, Luiz Fagundes. Glossário de Crítica Textual. Lisboa, Universidade Nova de Lisboa, [1997-]. Disponível em: http://www2.fcsh.unl.pt/invest/glossario/glossario.htm. Acesso em: 23 de fev. de 2025.

MILEVISKI, Robert J. Manual de pequenos reparos em livros. 2.ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.

PAGLIONE, Camila Zanon. Glossário Visual de Conservação: Um Guia de Danos Comuns em Papéis e Livros. São Paulo: Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin, 2017.

SANTIAGO, Stephanne C. SANTIAGO, Stephanne C. Meu caro Eudaldo: edição dos rascunhos de cartas do caderno Farmácia São José, de Eulálio Motta. 2021. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2021.. 2021. Dissertação (Mestrado em Estudos Linguísticos) – Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2021.